sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Insónia

Espreita num canto
Assoma sorrateira e disfarçada
Com seus lábios traiçoeiros isentos de melanina.
Espreita do lado oposto do quarto a Insónia.
Disfarçada de música, de instrumento ou atordoado pensamento.
Assusta o Sono, chama a Inquietude desvairada
Afasta a racionalidade no meio do betão pesado de uma cidade
Insónia de dia, à tarde e à noite
Insónia de madrugada, ao alvorar do sol e ao deitar
Ausência de Sono malvada que abraça quanto menos nos larga.
 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Produto

Produto do caos
Produto de uma desordem ordenada
Manifesto palavras como desesperadas coordenadas
Produto de uma desorientação controlada
Deambulantes palavras me escorrem pelas falanges
Produto de uma água bebida da imaginação do rio Ganges.
Saem dedilhadas tortuosas machadadas.

Produto de uma ordem caótica
De uma qualquer paisagem exótica
Saltam tiros, despem-se vestes queimadas
Peles ruborizadas pelo calor de balas tresloucadas
Encontram corpos semi-desfeitos por fome, frio e Nada.


Produto de um caos premeditado, esta Ordem de Marionetas.
Balançadas por cordões manipulados por todos os lados
Anda, corre, salta para cima de um qualquer relógio desalinhado de Kronos
Tempo de desalento, medo e desespero torpe.
Caem Torres, erguem-se Castelos de Ilusões por vislumbrar.
Mundo imaginado, Mundo seco, Mundo desorientado.


Tudo Produto de um Caos Ordenado.

Marco Mendes

5.12.2012.