Expressiva.
Contornos de sombra, de ausência de luz!
Inexpressiva, mas ao mesmo tempo tão reveladora de vazio.
Espaço que introduz a minha desalinhada Poesia à Blogoesfera. De tempos a tempos pode surgir um artigo de Jornal, a letra de uma qualquer música, ou simplesmente uma asserção que me faça arrepiar. O que lá postar não é nada mais nada menos que um pedaço de mim, sim um pedaço arrancado de carne, visceral e abruptamente arrancado de mim.
domingo, 29 de maio de 2011
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Bilhetes
Bilhetes,
de cinema, de avião, museu, teatro
de entrada ou saída,
guardo-os todos em monte, em pilha
Como recordação, hobbie ou mera pulsão.
Bilhetes de ida e de volta
A um sonho, a uma música ou filme
De vida ou de ilusão...
Procuro neles o perpetuar do efémero.
Mais que uma fotografia ou música
Ficam como rememoração de papel amarelecido
Numa qualquer gaveta esquecida da imaginação.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Poem...or something similar to...
Qual o valor do, ir, ser ou estar.
De que vale amar, sofrer, viver,
Para quê continuar, se parar é possível.
Tudo se move infernalmente no jogo
Incessante e atribulado da causa
Apetecível. Parar para reflectir,
Esse sim é o dilema. Para o comum
Mortal, finito, que esquece a Morte
Para, quiçá, pensar na Vida.
Ido ano de 2004.
De que vale amar, sofrer, viver,
Para quê continuar, se parar é possível.
Tudo se move infernalmente no jogo
Incessante e atribulado da causa
Apetecível. Parar para reflectir,
Esse sim é o dilema. Para o comum
Mortal, finito, que esquece a Morte
Para, quiçá, pensar na Vida.
Ido ano de 2004.
Palavras Interditas
"Os navios existem, e existe o teu rosto
encostado ao rosto dos navios.
Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
partem no vento, regressam nos rios.
Na areia branca, onde o tempo começa,
uma criança passa de costas para o mar.
Anoitece. Não há dúvida, anoitece.
É preciso partir, é preciso ficar.
Os hospitais cobrem-se de cinza.
Ondas de sombra quebram nas esquinas.
Amo-te... E entram pela janela
as primeiras luzes das colinas.
As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas suas curvas claras.
Dói-me esta água, este ar que se respira,
dói-me esta solidão de pedra escura,
estas mãos nocturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.
E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens nuas, desoladas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas."
Eugénio de Andrade, in “Poesia e Prosa”
encostado ao rosto dos navios.
Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
partem no vento, regressam nos rios.
Na areia branca, onde o tempo começa,
uma criança passa de costas para o mar.
Anoitece. Não há dúvida, anoitece.
É preciso partir, é preciso ficar.
Os hospitais cobrem-se de cinza.
Ondas de sombra quebram nas esquinas.
Amo-te... E entram pela janela
as primeiras luzes das colinas.
As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas suas curvas claras.
Dói-me esta água, este ar que se respira,
dói-me esta solidão de pedra escura,
estas mãos nocturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.
E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens nuas, desoladas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas."
Eugénio de Andrade, in “Poesia e Prosa”
Perspectivas
Perspectivas são como densas narrativas,
Perspectivamos, sonhamos,corremos atrás do sonho,
Amputamos expectativas em troca de um qualquer salário,
Corremos qual formigas, desorientados num rectângulo obtuso.
Perde-se o tino, o sono e os sonhos hipotecam-se.
A perspectiva afunila o que a memória aniquila!
O sonho do outrora e do hoje foge,
Passa por entre mãos como água que evapora em ardente areia!
Onde terminará esta odisseia?!
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