sábado, 5 de março de 2016

Borboleta

Num
Suave
Movimento
Beijas
O ar
Com teu perfume.
Cheira
A flores
Mel
E liberdade.

Sussurras
Por entre
O chilreio
Do vento
A mensagem
De um abraço
Livre.

Vais
Solta
E feliz
Rumo
Ao caminho
Da autenticidade.

Beringel, 05.03.2015



terça-feira, 18 de agosto de 2015

Cante

Cante
Saído
Das profundezas
Das Entranhas

Desta terra


Destas gentes

Sérias
Circunspectas
Respeitadoras.
Gentes
De sol
De vento
Do astro
Do Sol quente
Da chuva morna.
Trouxe
Hoje
Luz
A um País
Mergulhado
Num gris
Entorpecedor!





Homenagem à elevação do Cante Alentejano a Património Imaterial da Humanidade, em Paris, a 27 de Novembro de 2014.





Poema da mesma data.

Saudade

Saudade
É
Aquele
Frio
Que enche

De vazio

A gente
Que se sente.



6 Dez. 2014

Portugal

Somente
O ar
Carrega
Consigo

Tamanha


Semente

Por plantar
Em terra
Virgem.
Caem
Nela gotas
De um sangue
A borbulhar
Numa terra
Ciosa
Por se levantar.
Portugal
És
Tu.

Oriente Eterno

Para lá
Do Oriente
Eterno
Habitam
Os olhos
D' outrora
Por cá
Sitiadas
Memórias
Se quedam
Como
História.
São
Viajantes
Perdidos
Numa
Viagem
Rumo
Ao Oriente
Do eterno
Adeus.

Kronos

A vida
Vergou-o
Ao peso
Das manhãs

E das tardes

Acopladas
Ao Sol.
O cajado
Ampara
O peso
Do fado
De outra hora
Segue
Curvado
Ao peso
De ontem
Espera
Ao sol
Pela noite
Que o abrace
Para
Sempre.
Beringel, 25.01.2015

Ondas

Ondas
Somos
Ondas
Ondas de indignação
Ondas
Espuma
De ficção
Ondas de tempo
De coração
Ondas
Torpedos
Adormecidos
Apopléticos
Envaidecidos
Ondas
De Hertz
De mar
De choque
Somos
Ondas
Retidas
Nas areias
De derradeiras
Marés.
Beja, 13.02.15